A empresa escolheu Lençois Paulista, no interior do Estado de São Paulo, para se instalar, região conhecida como de difícil acesso de água. Há quase 24 anos no mercado a captação de água se dá por meio de poços semiartesianos. Com o incremento da produção, nos últimos cinco anos, a companhia decidiu implantar projetos de reúso de água que lhe custou R$ 112 mil.
Os resultados obtidos pela Lwarcel comprovam que "projetos criativos, de baixo impacto financeiro podem gerar resultados muito próximos aos alcançados com alta tecnologia. "Isso evidencia a necessidade de uma política consistente para a redução de recursos hídricos", diz Pedro Wilson Stefanni, gerente industrial. A Lwarcel consome apenas 23 metros cúbicos de água para cada tonelada de papel, a menor quantidade entre as produtoras de celulose no país.
A adoção de medidas efetivas na economia de água proporcionou à companhia redução nos gastos anuais e R$ 450 mil. A eficiência na área de recursos hídricos da indústria foi reconhecida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que lhe conferiu o Prêmio Fiesp de Conservação e Reúso de Água, em 2008. Dois anos depois a Lwarcel foi a única empresa brasileira finalista da categoria "Uso Eficiente da Água", do Prêmio Pulp and Paper International (PPI) e da Resource Information Systems Inc. (RISI). Com 12 categorias diferentes, o PPI reconhece as boas praticas de empresas e profissionais da área de papel e celulose.
"O sistema de gestão ambiental da Lwarcel é referência nacional no setor de papel e celulose e a indicação ao Prêmio PPI atesta nossos esforços nesta área, particularmente no que diz respeito à gestão dos recursos hídricos", afirma.
A Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), que desde a década de 90 dedica atenção especial ao assunto, usou a experiência de sucesso da Lwarcel para convencer as outras empresas que é possível diminuir o volume de água na produção. "Estamos usando o exemplo dela para capacitar outras empresas", diz Afonso Morais de Moura, gerente técnico da associação.
Segundo Stefanini, com investimentos de R$ 100 milhões, a Lwarcel tornou-se autossuficiente em energia elétrica a partir de 2009. A usina termelétrica de biomassa, gera toda a energia (21 MW) e vapor (12,7 toneladas/hora) consumidos pelas empresas do Grupo Lwart. E a empresa vende no mercado o excedente na produção de energia elétrica. A Lwarcel produz 245 mil toneladas de celulose de eucalipto por ano, das quais 25% são destinadas ao mercado externo. Criada em 1986, emprega 720 funcionários diretos e seu produto é utilizado como matéria-prima para fabricação de diversos tipos de papéis, tais como sanitários, para embalagens e especiais. Segundo Stefanni, a madeira consumida é de florestas plantadas, certificadas pelo Forest Stewardship Council (FSC). A certificação levam em conta: responsabilidade ambiental, condições de trabalho, cumprimento da legislação vigente, compromisso social da empresa com a comunidade e garantia de sustentabilidade e continuidade dos negócios.