Notícia
13/02/2021
O DESEMPENHO DO AGRO MINEIRO EM 2020
É natural que, nos caminhos da comercialização por vias internas e externas, o consumidor final, onde viver, pague todos os custos adicionais agregados às mercadorias, e não seria diferente com os produtos agropecuários in natura e processados; contudo, dentro da porteira, o ônus e o bônus são exclusivamente de quem planta e cria.
O DESEMPENHO DO AGRO MINEIRO EM 2020*
Nos mercados, que exigem ser decifrados, os produtores rurais ganham, perdem ou empatam. Entretanto, pode-se afirmar que ninguém faz negócios para tomar prejuízo. É natural que, nos caminhos da comercialização por vias internas e externas, o consumidor final, onde viver, pague todos os custos adicionais agregados às mercadorias, e não seria diferente com os produtos agropecuários in natura e processados; contudo, dentro da porteira, o ônus e o bônus são exclusivamente de quem planta e cria.
O fato concreto é que
sem lucratividade no campo, nas culturas e criações, a adoção de inovações tecnológicas transformadas em boas práticas indispensáveis aos ganhos de produção e produtividade poderá ser um complicador se não houver
renda para
pagar as despesas e inovar, principalmente entre os pequenos e médios produtores!
Assim posto, emerge novamente um alerta do pesquisador Eliseu Alves (Embrapa); “
Tecnologia é coisa muito séria,” o que recomenda, entre outras condicionantes, avaliar a relação custo/benefício; aliás, não há nada de novo nisso!
E o desempenho do agronegócio mineiro em
2020, na plena vigência de uma pandemia virótica, revela bons resultados?
Sim, dinâmico e tracionado pelos mercados, produtores rurais atuantes, demandas por tecnologias adotadas em níveis de campo, crédito rural, assistência técnica pública e privada, abastecimento interno, e as exportações mineiras para
172 países, o que é também muito importante numa série histórica!
Segundo o IBGE, Minas Gerais é o estado brasileiro com a maior
diversificação de culturas e criações, o que revela um cenário aberto à
pesquisa agropecuária, inovação, e sistemas eficientes de informações nos 853 municípios, e abrangendo 607.488 estabelecimentos rurais. Há que se conciliar a sustentabilidade dos
recursos naturais, com a sustentabilidade
econômica de quem planta e cria. Aliás, inovar custa dinheiro!
São cenários que exigem acessar às fontes de informação fundamentadas nos sistemas agroalimentares, e na hora certa; pois, também, os
ciclos biológicos das culturas e criações definem prazos às intervenções técnicas nos seus domínios. Sempre haverá tempo próprio a cumprir entre o semear, tratar e colher; manejar os rebanhos, e florestas!
Por outro lado, além de abastecer o mercado interno e suprir as agroindústrias, o agronegócio mineiro fechou
2020 com as exportações somando US$
8,7 bilhões, sendo os
cinco primeiros lugares em termos de valores; China, US$ 2,27 bilhões (26,3%); EUA, US$ 896 milhões (10,3%); Alemanha, US$ 881 milhões (10,2%); Itália, US$ 403 milhões (4,7%); e Japão, US$ 3,8 milhões (4,2%).
Entretanto, numa retrospectiva, as exportações do agro mineiro consolidaram esses desempenhos, bem como seus
percentuais sobre as exportações
totais de Minas Gerais;
2015, US$ 7,3 bilhões (33,2%);
2016, US$ 7,4 bilhões (33,8%);
2017, US$ 8,0 bilhões (31,6%);
2018, US$ 8,1 bilhões (33,3%);
2019, US$ 7,9 bilhões (31,7%); 2020, US$ 8,7 bilhões (33,2%). O
superávit acumulado entre
2015 e
2020 foi de US$
43,83 bilhões, sendo mensurável a contribuição do agronegócio para Minas Gerais e o País, bem como suas exportações. É bom recordar ainda que o estado faz divisas com Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Por exemplo, em 2020, somente no complexo café, foram exportadas
25 milhões de sacas ou
43,9% do valor total exportado, bem como são registrados outros
valores percentuais na pauta de exportações, entre os quais; complexo soja (20,7%); complexo sucroalcooleiro (12,2%); carnes (11,8%); e produtos florestais (6,1%).
E mais, no
conjunto das exportações do agro em 2020 as vendas externas contidas ainda no total exportado; carne bovina, US$ 802 milhões; carne de frango, US$ 171,1 milhões; e carne suína, US$ 40 milhões.
A produção mineira de grãos foi de
15,3 milhões de toneladas em 2020, com previsão de
16,1 milhões em 2020/2021. Em 2020, as culturas da
soja e do
milho ocuparam uma área de
cultivo de 52,0% da área total de
3,5 milhões de hectares (5,9% de MG) ou 1,82 milhão de hectares, e responderam por
88% das
15,3 milhões de toneladas de grãos; são duas culturas emblemáticas.
Em
2020, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária de Minas Gerais, em nível de fazenda, foi de R$
96,11 bilhões (4º lugar nacional); o que poderá sinalizar um PIB do agro mineiro de R$ 192 bilhões, a conferir!
Posição de MG em relação ao Brasil. Esses dados mostram a complexidade, demandas e ofertas do agro mineiro; senão vejamos esses cenários produtivos igualmente multiplicadores de emprego, renda, e bem-estar social no campo, e nas cidades;
1º lugar; café; batata; alho; cenoura; marmelo; moranguinho; reflorestamento;
2º lugar; abacaxi; abacate; amendoim; feijão; laranja; limão; ponkan; sorgo; açúcar de cana; polo de olericultura;
3º lugar; banana; tomate; cana de açúcar; cebola;
4º lugar; trigo; manga; maracujá; etanol de cana; fruticultura mineira;
5º lugar; milho.
No segmento
pecuário, destaca-se a diversidade das criações praticadas nas regiões produtoras do Estado;
1º lugar; produção de leite de vaca, e seus derivados (9,4 bilhões de litros de leite em 2019, sob fiscalização); equinocultura;
3º lugar; rebanho bovino; ovos de galinha; ovos de codorna;
4º lugar; suinocultura; 5º lugar; mel de abelha e confinamento de bovinos para corte.
Em
2020, a
fruticultura mineira gerava
250 mil empregos diretos, e estimam-se
540 mil indiretos; e oferta de 2,32 milhões de toneladas de frutas; e a
olericultura, 3,6 milhões de toneladas; e
366 mil empregos diretos (Emater-MG); faturamento do setor supermercadista (MG); R$
41,39 bilhões; a venda de alimentos fica entre 50% e 60%.
Em
2019, na área de influência e assistida pela Emater-MG foram ofertadas
6,17 mil toneladas de mel de abelhas, e 240 toneladas de própolis, sendo que a apicultura mineira, no conjunto do Estado, promove
42 mil empregos diretos e indiretos.
Consultas; Seapa-MG; Emater-MG; Conab; Secex; Mdic; Faemg; IBGE; Censo Agro 2017; Google.
Notas; segundo consta no 5º Levantamento da Conab, para a safra
2020/2021, estima-se um novo recorde de grãos de 268,3 milhões de toneladas; área de cultivos, 67,6 milhões de hectares; e produtividade média de 4.374 kg/ha; em janeiro de
2021 o agro brasileiro exportou US$ 5,67 bilhões, com superávit de US$
4,37 bilhões(MAPA).
*Engenheiro agrônomo Benjamin Salles Duarte/jan./2021.
Fonte: O Autor
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Comentário(s) (0)
CIFlorestas disse:
03/03/2021 às 18:44
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