Avanço e Pesquisa
22/07/2014
Influência de diferentes condições microclimáticas sobre o crescimento de mudas de cutieira
Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Espírito Santo, Campus de Jerônimo Monteiro por Sanderléia de Oliveira dos Santos aborda o estudo do Crescimento inicial de Joannesia princeps Vell. sob diferentes condições microclimáticas associadas à deficiência hídrica.
Na Região Sudeste do Brasil uma espécie muito utilizada em projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (RAD) é a Joannesia princeps. Apesar do potencial silvicultural da espécie, a ampliação do seu uso depende da obtenção de conhecimentos sobre suas preferências ambientais, embora tenha bom desenvolvimento nas regiões de origem, pode apresentar resultados satisfatórios em outras regiões.
O desenvolvimento e produtividade das plantas são diretamente afetados pela absorção de nutrientes e pela taxa de evapotranspiração, que são influenciadas pelo balanço hídrico do solo que por sua vez é controlado pelas condições térmicas e distribuição espaço-temporal da precipitação. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência de diferentes condições microclimáticas sobre o crescimento de mudas de Joannesia princeps Vell., na fase de estabelecimento. O estudo foi desenvolvido em casa de vegetação com ambiente controlado no complexo multilaboratorial de estudos em mudanças climáticas de florestas tropicais do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, localizada no município de Jerônimo Monteiro, ES. Foram utilizadas mudas em fase inicial que foram transplantadas para vasos de 21,5 L com 30 cm de profundidade, 37 cm de diâmetro superior e 27 cm de diâmetro inferior.
O experimento foi desenvolvido em quatro ambientes com demandas atmosféricas diferentes, de acordo com combinações de diferentes valores de Temperatura (°C) e Déficit de Pressão de Vapor - DPV (kPa), sendo denominados Temperatura Inferior, Temperatura Intermediária, Temperatura Superior DPV Baixo e Temperatura Superior DPV Alto, adotando-se três níveis de água no solo, 90; 50 e 10 % da água disponível. Foram analisadas as características de crescimento através da mensuração de altura, diâmetro, área foliar e massa seca das plantas. Para caracterizar as respostas ecofisiológicas, foram feitas leituras das trocas gasosas, temperatura do solo e potencial hídrico. Para características de crescimento, potencial hídrico e transmissão da radiação fotossinteticamente ativa o delineamento experimental utilizado foi Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) em esquema fatorial 3x4x12, sendo 3 níveis de água disponível, 4 ambientes e 12 repetições e para as respostas ecofisiológicas e temperatura do solo o esquema fatorial foi 3x2x12, sendo 3 níveis de água 9 disponível, 2 ambientes e 12 repetições, sendo as médias, quando significativas, submetidas ao teste de Tukey para comparação ao nível de 5 % de probabilidade.
Ao final do experimento que teve duração de 86 dias observou-se que as plantas submetidas aos ambientes com temperatura superior e DPV baixo e alto tiveram melhores resultados em comparação aos ambientes de temperatura inferior e temperatura intermediária. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a J. princeps teve melhor desenvolvimento em ambientes com temperaturas mais elevadas com água disponível no solo, em ambientes com temperaturas amenas. Independente se houve ou não déficit hídrico a espécie não apresentou desenvolvimento satisfatório, com a ocorrência de déficit hídrico o DPV passa a ser importante para o desenvolvimento inicial da espécie e a espécie terá boa adaptabilidade às mudanças climáticas previstas.
O trabalho completo esta disponível no link da Biblioteca Digital Florestal:
http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/handle/123456789/9625
Fonte: Josiane Almeida e Marina Lotti - BIC: Biblioteca Digital Florestal
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CIFlorestas disse:
08/12/2019 às 02:29
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