Segundo Barcellos et al. (2005), a madeira deve possuir qualidades que atendam às adequadas características relacionadas ao seu uso final. A madeira de eucalipto, por sua versatilidade e produtividade, atende, na maioria dos casos, à necessidade como matéria prima e, principalmente, para fins energéticos para o país.
A definição da matéria-prima que maximiza a produção de biomassa para fins energéticos é foco de vários estudos que buscam proporcionar informações quanto às principais propriedades da madeira que influenciam as características energéticas, verificando a importância do estudo da influência de diferentes tratos silviculturais na produção e qualidade da madeira.
Os diferentes tipos de células da madeira são responsáveis por desempenharem funções específicas, tornando a madeira material heterogêneo. A composição química, física e anatômica da madeira varia entre espécies e, até mesmo, dentro da mesma espécie, e isso ocorre em razão de fatores ambientais, genéticos e da idade (TRUGILHO et al., 1996). Os principais componentes químicos da madeira são a holocelulose, lignina e extrativo, os quais influenciam as propriedades energéticas da madeira, posto que as cinzas são os componentes inorgânicos que compõem a madeira. Conforme Browning (1963), maiores valores de poder calorífico da madeira são obtidos quando ela possui alto teor extrativo e lignina.
Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar a composição química de dois clones de eucalipto em diferentes espaçamentos e idades, ambos em região irrigada e não irrigada, para fins energéticos.
O material utilizado constituiu de dois clones de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla com idades de seis e 12 meses, provenientes de plantios em duas regiões, uma irrigada e outra não irrigada, com espaçamentos de 3 x 0,5; 1,5 x 2; 3 x 1; 3 x 2; e 3 x 3 m. Na análise química da madeira, foi realizada uma amostragem composta dos seis discos obtidos ao longo do fuste das árvores.
Com base nos resultados, conclui-se que as idades, espaçamentos e região irrigada e não irrigada influenciaram as propriedades químicas da madeira. Assim, pode-se inferir que os maiores valores de teor de extrativos ocorreram nos clones da região não irrigada e com idade de seis meses, não sendo verificadas influências dos espaçamentos.
O maior teor de lignina foi obtido no clone B aos 12 meses, na região irrigada. Os maiores teores de lignina estavam nos maiores espaçamentos, com exceção do clone A; com 12 meses, não foi verificada tendência de resultados do teor de lignina para a idade e região irrigada e não irrigada. O teor de holocelulose foi superior no clone A, sendo os maiores valores nos espaçamentos mais amplos e na idade de 12 meses. O teor de cinzas foi superior na idade de seis meses, sendo o maior valor no clone A aos 12 meses, na área não irrigada e nos espaçamentos mais amplos, embora não tenha sido verificado tendência de resultados nos diferentes espaçamentos e regiões.
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http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/handle/123456789/14293