Muitas siderúrgicas estrangeiras utilizavam o ferro-gusa brasileiro para queimar etapas no seu processo produtivo e importaram 5 milhões de toneladas do produto em Minas em 2008. Mas elas evaporaram do mercado e desmantelaram a cadeia produtiva no estado de Minas Gerais. Segundo estimativas da Associação Mineira de Silvicultura, deixaram de ser consumidos 7 milhões de metros cúbicos de carvão desde setembro do ano passado, resultando num prejuízo de R$ 2,1 bilhões.
Embora completamente paralisado no estado, da mesma forma que estiveram as fábricas de automóveis do País, no início do ano, o reflorestamento de eucalipto é uma poderosa atividade agroindustrial no estado. Até a falência do banco Lehmann Brothers, em setembro último, que deflagrou toda essa confusão mundial, o cultivo do eucalipto era responsável em Minas por 800 mil empregos, sobretudo na zona rural, e pela geração de R$ 300 milhões em impostos e taxas estaduais.
Com o declínio da demanda das árvores, formou-se uma enorme lista de perdedores, a começar pelas empresas de ferro-gusa. Dos 108 fornos existentes, só 15 se encontram em operação, quase todos para atender à demanda da indústria automobilística, que utiliza muitos componentes fundidos em seus veículos, como blocos de motores. Isso significa que, de um total de 20 mil trabalhadores nas siderúrgicas de ferro-gusa, menos de 10% ainda se encontram nos empregos. A imensa maioria ou foi demitida ou se encontra com o contrato suspenso.