De olhos bem abertos e ouvidos bem atentos, todos da cadeia produtiva de papel e celulose estão com as expectativas de negócios voltadas para a América Latina. O motivo? O bom desempenho do mercado nessas regiões. E para a International Paper o cenário não é diferente.
Hoje, seu mix de mercado tem as vendas concentradas 50% no Brasil, 50% distribuídos igualmente entre América Latina e para o mercado da Ásia e Europa. Segundo Jean Michel Ribieras, presidente da International Paper da América Latina, faz parte da estratégia da empresa ampliar a presença no mercado de papel na América Latina e transformar esse número em 100% do destino total das exportações.
A afirmação foi feita à imprensa em 8 de fevereiro/2011 durante encontro com jornalistas para anunciar os resultados da empresa ao mercado. “Prevemos alcançar essa meta entre 2014 e 2015, se as tendências de crescimento da economia desses países seguirem nesse mesmo ritmo nos próximos anos”, afirmou o executivo.
Tudo indica que sim. Conforme dados da Bracelpa divulgados recentemente, a previsão favorece o novo ciclo de desenvolvimento do setor com aumento na produção de celulose e papel, tanto para atender à demanda interna como a expansão dos mercados emergentes.
Só em 2010, os países da América Latina foram responsáveis por um aumento de 28,8% nas exportações nacionais de papel em volume de vendas, respondendo por 56% do valor total das vendas internacionais do produto.
Com isso, mais investimentos são previstos pela multinacional, como o anúncio da empresa na aquisição de uma nova máquina de papel a ser construída nos próximos três anos. Ribieras informou que “se trata apenas de uma questão de negociação”, sem demonstrar qualquer dificuldade em seu orçamento que, inclusive, está melhor do que a multinacional esperava para 2010.
Desafio para 2011
Embora o resultado positivo da empresa e também do mercado, que registrou um crescimento de 5% em 2010 nas vendas domésticas, ainda é constante a preocupação com a importação de papel classificado como imune utilizado para fins indevidos e com a falta de fiscalização por parte do governo. "Este deverá ser um dos grandes desafios da IP este ano", frisou Ribieras. Só no último ano, as indústrias nacionais perderam 56% do mercado interno, devido a estes desvios, segundo contabilizado pela Bracelpa.