Avanço e Pesquisa
06/05/2015
Estudo do TECHS evidencia distintas estratégias de captura de luz pelos clones de eucalipto
Imagens da pesquisa
Desde o início de 2013, o engenheiro florestal Eduardo Moré de Mattos (Esalq/USP) vêm conduzindo seu projeto de mestrado na área do Programa Cooperativo sobre Tolerância de Eucalyptus Clonais ao Estresse Hídrico, Térmico e Biótico (TECHS) na empresa Duratex, em Buri (SP). Este ensaio foi planejado para agregar os 18 clones do programa, possibilitando o estudo concomitante dos padrões de captura e conversão da radiação solar destes materiais genéticos. Dentre as diversas características dos clones, a arquitetura das copas chama a atenção por serem bem distintas. Porém mais do que diferenciar os clones, ela é peça chave no processo de interceptação da radiação pelo dossel. Os clones selecionados conseguiram capturar grande parte da variabilidade existente neste gênero, com padrões verticais a horizontal de inclinação foliar (ângulos foliares médios variando entre 30° e 80°) em formatos de copa mais cônicos a mais elipsoidais. Outro indicativo importante da arquitetura de copa é o índice de área foliar (IAF), que neste estudo variou entre 1,5 e 2,7 para o clone de menor IAF, e entre 4,0 e 5,5 para o clone de maior IAF (valores registrados pelo equipamento LAI- 2000). Os valores máximos de IAF em cada clone foram registrados aos dois anos, sem grandes distinções entre materiais genéticos. Porém quando determinado de maneira destrutiva, o IAF variou entre 3,0 a 6,0, revelando uma tendência de subestimação destes valores por parte do aparelho. Estas diferenças podem ser atribuídas ao grau de agrupamento da folhagem, revelando as diferenças em termos da densidade de área foliar. Na comparação abaixo podemos observar o impacto causado no processo de interceptação da radiação. Assim, os clones capturaram entre 60 a 95% da radiação incidente na região. Com esta quantidade de radiação interceptada, os clones tiveram um Incremento Corrente Anual entre 50 a 100 m³ ha-1 ano-1, resultando em uma eficiência de uso da luz entre 0,9 a 2,0 gramas de madeira por MJ de radiação interceptada, revelando a alta capacidade destes clones em converter energia solar em biomassa. Para o prof. José Luiz Stape (NCSU), orientador da dissertação de mestrado, “a quantificação da variabilidade entre clones da captura de luz e da eficiência do uso da luz, em condições semelhantes, para os 18 principais clones brasileiros de eucalipto, é o primeiro passo na busca de utilizar os conhecimentos ecofisiológicos nos programas de melhoramento genético, genomicamente assistidos ou não”.
Fonte: IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais
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CIFlorestas disse:
10/12/2019 às 00:34
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